Como funciona a audição?
- Diogenes Régis
- 20 de ago. de 2020
- 3 min de leitura
A surdez é a alteração sensorial mais comum. Pode ter diversas causas e o problema pode estar em qualquer parte da via auditiva, desde a orelha externa até o cérebro. Nas crianças, pode causar atraso na fala e no aprendizado. Em adultos e idosos, gera impacto na qualidade de vida, isolamento social e depressão.
A maior parte das causas de surdez tem tratamento.
A orelha é divida em externa, média e interna.

A orelha externa compreende o pavilhão auditivo e o conduto auditivo externo até a membrana do tímpano.
A orelha média compreende o tímpano (membrana formada por três camadas), três ossículos – martelo, bigorna e estribo (que são articulados entre si). O martelo está preso à membrana timpânica e o estribo se comunica com a cóclea, os espaços onde estão essas estruturas e a mastoide, um osso (que fica atrás do pavilhão auditivo) aerado. A orelha média se comunica com a faringe através da tuba auditiva (ou trompa de Eustáquio). Este canal fica normalmente fechado e se abre quando engolimos ou abrimos a boca. Esta comunicação permite a equalização da pressão do ouvido (ou seja, que a pressão na orelha média seja semelhante à do ambiente) e que não se acumule líquido no ouvido médio.
A orelha interna compreende a cóclea (responsável pela audição), labirinto (responsável pelo equilíbrio) e conduto auditivo interno. Este conduto contém o nervo da audição (que sai da cóclea e vai até o tronco cerebral), nervo vestibular (que sai do labirinto) e nervo facial (que inerva os músculos da face).
Como o som é conduzido
A onda sonora é captada pela orelha externa. A vibração que passa pelo conduto auditivo externo vibra a membrana do tímpano. Essa vibração é transmitida aos ossículos da audição que amplificam o estímulo, que chega então à janela oval (região onde a bigorna se comunica com a cóclea). A cóclea é um osso na forma de caracol que possui líquido em seu interior (perilinfa e endolinfa) e células ciliadas sensoriais. A vibração que chega à cóclea movimenta o líquido em seu interior. Esta movimentação ativa as células ciliadas que transformam o estímulo mecânico em estímulo elétrico. Este vai então ativar o nervo da audição e o estímulo sonoro chega ao tronco cerebral e, por último, no córtex auditivo cerebral.
A perda de audição pode ocorrer devido a alterações em qualquer parte da via auditiva descrita anteriormente.
Tipos de perda auditiva
· Perda auditiva condutiva
Ocorre quando há algum problema na condução do som até a cóclea, ou seja, por problemas na orelha externa ou média.
Dentre as causas podemos citar: cerume, perfuração da membrana do tímpano, alteração da cadeia ossicular (erosão por infecção crônica), desarticulação, fixação (por infecção crônica ou otosclerose), secreção no ouvido médio (otite média aguda, otite serosa).
· Surdez Neurossensorial
Ocorre quando há algum problema na cóclea ou no nervo da audição.
Alterações cocleares são as causas mais comuns de surdez. Dentre as causas, podemos citar a presbiacusia (perda auditiva pela idade), perda auditiva induzida pelo ruído, hereditária, uso de medicamentos ototóxicos, alteração na irrigação do ouvido, infecções virais.
Alteração no nervo da audição é menos comum que a alteração coclear, correspondendo a cerca de 10% das perdas neurossensorias. As principais causas são inflamação do nervo e causas hereditárias.
Os exames de audiometria e impedanciometria permitem, na maioria das vezes, definir o tipo de perda e quantifica-la (leve, moderada, severa, profunda). Em alguns casos, outros exames são necessários, como BERA, emissões otoacústicas e exames de imagem.
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